Estão abertas as inscrições para o XXXII Encontro do Grupo Arthromint, que acontecerá entre os dias 31 de julho e 03 de agosto de 2019, nas Pousadas Recanto dos Pássaros e Maria Bonita, em Ilha Grande, Angra dos Reis. Além da abertura das inscrições, está disponível a lista com resumo das mesas temáticas durante o encontro, para acessar as informações completas, acesse o site do Arthromint.
Com uma metodologia que proporciona interações diretas e informais entre pesquisadores e estudantes, o Arthromint é direcionado para cientistas que têm como modelo de pesquisa os artrópodes e helmintos, em áreas como a fisiologia, genética, evolução, ecologia, controle, sistemática, edemiologia, interação parasito/hospedeiro, comportamento, entomologia molecular, entre outras.
Serão aceitas 200 inscrições, que vão até o dia 01 de julho, se ainda houver vagas. O primeiro período para inscrições, com desconto, vai até o dia 29 de abril, e os valores variam conforme a categoria do pesquisador inscrito (iniciação científica/aperfeiçoamento, mestrado/ técnico, doutorado, pós-doc ou docente/pesquisador). E o resumo dos trabalhos deverão ser enviados até o dia 03 de julho, conforme o modelo indicado. Além do valor da inscrição, é necessário contratar o pacote de diárias da pousada, que terá custo de R$ 950,00 por pessoa, incluindo, café da manhã, almoço e jantar, em quartos triplos ou quádruplos.
Veja abaixo a lista das mesas temáticas, com os palestrantes e uma breve descrição:
Miniaturização dos organismos modelo: nematoides como exemplo
palestrante Prof. Carlos E. Winter - USP
Manutenção do organismo modelo que usamos em nossas pesquisas pode consumir tempo e dinheiro. Em épocas de "vacas magras", responder questões e testar hipóteses em "organismos pequenos" pode ser surpreendentemente eficiente e barato. Foi assim que a Biologia Molecular foi estabelecida.
Entomofagia
Prof. Carlos Peres - UFSC e Pedro L. Oliveira - UFRJ
Os insetos têm sido destacados pela Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação como um meio sustentável e de alto teor proteico para suprir a futura demanda proteica na alimentação animal e humana. Existem mais de duas mil espécies de insetos comestíveis já catalogadas, altamente nutritivas, pois são uma grande fonte de proteínas, lipídios, minerais, vitaminas e energia. Além disso, sua produção requer menos terra e água e emite menos gases de efeito estufa do que a criação de gado. Por conta de tudo isto, essa mesa temática irá discutir o panorama atual do desafio de se estabelecer os futuros mini rebanhos de insetos comestíveis.
Controle de Vetores
Dr. Fernando Genta - IOC
A mesa temática será uma oficina de desenvolvimento de projetos aplicados no tema Controle de Vetores, utilizando técnicas de brainstorming e design thinking. Os projetos serão apresentados publicamente e o melhor projeto ganhará um prêmio em reais a ser definido pela organização.
Resistência a inseticidas
Dr. Ademir Martins - IOC
Iremos bater um bom papo sobre o estado da arte do controle químico de artrópodes e porque populações naturais desses seres estão se tornando resistentes aos diversos tipos de inseticidas. Vamos trocar ideias e experiências sobre projetos que testam se insetos estão resistentes e quais mecanismos fisiológicos estão sendo selecionados.
CRISPR: sonho ou pesadelo?
Prof. Atílio Pane - UFRJ
Em novembro de 2018, um pesquisador na China declarou ter “editado” o genoma de duas gêmeas para torna-las imune ao vírus HIV. A técnica utilizada é conhecida como sistema CRISPR/Cas9 e trata-se de uma adaptação de um sistema de defesa que as bactérias utilizam para combater infecções virais. Nesta mesa temática iremos abordar as bases moleculares do sistema CRISPR/Cas9 assim como sua aplicação para investigar o desenvolvimento de artrópodes e controlar populações de insetos vetores.
Métodos de isolamento e propagação de agentes parasitários em cultivos de células de carrapatos
Com Dra. Claudia Bezerra da Silva - UFRRJ e Dr. Erich Peter Zweygarth - Freie Universität Berlin
To provide participants with knowledge of the principles on cell culture, good practices and requirements for isolation, maintenance and propagation of parasitic agents in tick embryonic cells. /Proporcionar aos participantes conhecimentos dos princípios sobre cultivo celular, boas práticas e requisitos para isolamento, manutenção e propagação de agentes parasitários em células embrionárias de carrapatos.
Transcriptômica de organismos não-modelos
com Dr. Vitor Coelho - UFRJ
Transcriptômica pode ser definida como o estudo do conjunto completo de moléculas de RNA produzidas pelo genoma através da transcrição sob certas condições, estágio de desenvolvimento ou célula específica. Com o avanço de tecnologias de sequenciamento massivamente paralelas, possibilitou-se produzir bilhões de bases sequenciadas, com maior precisão e atrelado a redução do custo. A análise bioinformática de dados de sequenciamento de RNA (RNA-Seq) possibilitou a ampliação da escala em diversas aplicações em transcriptômica como estudo de expressão gênica diferencial, splicing alternativo, descoberta e anotação de novos genes e isoformas, entre muitas outras. Enquanto o genoma e transcriptoma de espécies como Homo sapiens, Mus musculus e Drosophila melanogaster vêm sendo ao longo das últimas duas décadas exaustivamente caracterizados e atualizados constantemente, o que permite a aplicação dos mais diversos métodos bioinformáticos, outros organismos contam apenas com montagens incompletas do genoma e anotações dos elementos gênicos em estado inicial. Baseado nesse contexto, essa mesa discutirá os desafios e as possíveis soluções para a análise quantitativa e qualitativa de dados de RNA-Seq de organismos não-modelos.
Proteômica como abordagem para a identificação, quantificação e caracterização de proteínas e suas modificações pós-traducionais em amostras biológicas complexas
Dr. Giuseppe Palmisano - USP
Proteoma é o conjunto de proteínas expresso em uma célula, tecido ou organismo em um determinado tempo e espaço. Atualmente, a caracterização de um proteoma, assim como de sua modulação, é rotineiramente realizado através da proteômica baseada em espectrometria de massa. A identificação de milhares de proteínas e a análise das suas abundancias relativas e absolutas permitiu a identificação de vias de sinalização moduladas em diferentes condições biológicas como estresse, fisiológico ou não, sem conhecimento prévio. Além disso, modificações pós-traducionais como fosforilação, acetilação, ubiquitinação, entre outras, são consideradas importantes moduladores da função enzimática, interação proteína-proteína e da localização sub celular. Proteômica baseada em espectrometria de massa associada a métodos de enriquecimento permite a identificação de milhares de sítios de fosforilação a partir de pequenas quantidades de amostra. Esses métodos têm sido aplicados a diversas condições patofisiológicas. Atividades: Na mesa redonda serão explicadas diferentes metodologias e abordagens para identificação e quantificação proteica. Em particular, abordagens baseadas ou não em gel para identificação de proteínas serão discutidas para amostras de origem diversas. Abordagens com e sem marcação para quantificação proteica, serão discutidas em função do tipo de amostra. A mesa redonda será interativa, já que todos os participantes terão a oportunidade/possibilidade de compartilhar ideias, sugestões e dúvidas encontradas em seus projetos.
Vacinas: História e Perspectivas
com Prof. Itabajara da Silva Vaz Junior - UFRGS
As vacinas são o meio mais prático e barato para controlar doenças. O conhecimento dos mecanismos envolvidos na resposta imune humoral e celular também é fundamental para a melhor compreensão dos mecanismos envolvidos na proteção, e também no desenvolvimento de novas vacinas.
Insetos Top-Models (de Doenças)
com Prof. David Majerowisk- UFRJ
Cerca de 75 % dos genes envolvidos em patologias em humanos têm ortólogos em Drosophila. Assim a grosso modo, os insetos poderiam ser modelos para 3/4 das doenças associadas em algum nível com a genética do indivíduo. Nessa mesa vamos apresentar e discutir alguns resultados que mostram que os insetos podem substituir modelos animais em alguns estudos, reduzindo os custos de criação dos animais e problemas éticos, permitindo o acesso a manipulações genéticas sofisticadas, e aumentando o número amostral e o poder estatístico.