O Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Entomologia Molecular participou no dia 17 de abril do encontro “O papel dos Institutos Nacionais de Ciência e Tecnologia na divulgação científica" promovido pelo INCT de Comunicação Pública da Ciência e Tecnologia. O pesquisador Pedro Lagerblad, da Universidade Federal do Rio de Janeiro e coordenador do INCT-EM, esteve presente nas apresentações e debates, e representou o Instituto no encontro, que aconteceu no auditório do Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBPF), no Rio de Janeiro (clique aqui para acessar o vídeo transmitido online e que registra o encontro).
Durante o evento, representantes de quase todos os dezenas de INCTs compartilharam ideias e desafios sobre ações de divulgação científica e popularização da ciência realizadas por cada um dos Institutos. A parte da manhã contou com falas de Marcelo Morales, Secretário de Políticas para Formação e Ações Estratégicas do Ministério da Ciência, Tecnologia e Comunicação, que falou de iniciativas realizadas pelo governo federal - entre elas o Programa Ciência na Escola, recém-lançado - e Jerson Lima, presidente da Faperj, representando o Conselho Nacional das Fundações Estaduais de Amparo à Pesquisa (Confap), e que deu um panorama sobre a dificuldade econômica das FAPs. Alguns INCTs foram convidados a apresentar suas iniciativas em divulgação científica - entre eles Luiz Nicolaci da Costa, do INCT e-Universo, Vanderlan da Silva Bolzani, do INCT Bionat - Biodiversidade e Produtos Naturais, e Tuanni Borba, do INCT Observatório das Metrópoles. E em seguida, um amplo debate, em que os participantes discutiram sobre o que tem feito para ampliar o alcance de suas pesquisas junto ao público, e também os desafios encontrados.
À tarde, Ivo Leite Filho, coordenador-geral de Popularização da Ciência do MCTIC , falou da oportunidade de atuação nas feiras e eventos voltados aos professores de ciência e estudantes, como a Semana Nacional de C&T. Natasha Felizi, do Instituto Serrapilheira, apresentou projetos de divulgação da ciência que fazem uso das redes sociais apoiados pelo Instituto. E Ildeu de Castro Moreira, vice-coordenador do INCT de Comunicação Pública da Ciência e Tecnologia e presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência, enumerou atividades diversificadas de popularização da ciência realizadas pela Sociedade Brasileira para o progresso da Ciência, e apresentou um documento sistematizando as respostas dadas por cada um dos INCTs participantes, sobre possíveis ações comuns no campo da divulgação. A criação de um portal com matérias de divulgação científica de todos os INCTs e uma agência de notícias foi uma das ideias apresentadas. Outras ideias apresentadas foram: a produção de vídeos curtos para internet e a criação de um canal virtual, produção de material didático e de divulgação científica para escolas, a realização de exposições comuns em espaços públicos, e a participação conjunta em eventos que já existem, da SBPC. Outros pontos sugeridos foram a formação de grupos de INCTs com atuação em temas mais afins, a realização de encontros regulares sobre divulgação científica, e a realização compartilhada de cursos de media training e divulgação científica.
“A maior parte dos INCTs estava presente, e deu pra ver que quase todos eles têm algum tipo de trabalho de divulgação científica e também a preocupação com esse tema, que é sensível e central na vida e nos destinos da própria ciência como atividade no país hoje”, afirmou Pedro Lagerblad, do INCT-EM. “Os Institutos Nacionais de Ciência e Tecnologia representam o segmento mais qualificado e selecionado e de ponta da ciência brasileira, cobrindo todas as áreas de atuação, e estão absolutamente autorizados, do ponto de vista acadêmico, a falar sobre o que é verdade, o que é mais relevante, quais as limitações e inovações, sobre os rompimentos conceituais - e também quando o que se está dizendo é bobagem. Infelizmente, hoje, algo que deveria ser tão simples mas não é, é dizer se uma afirmação é cientificamente embasada ou se é bobagem, e esse grupo que está aqui é capaz de fazer essa distinção. E, em um contexto de defesa da terra plana, essa é uma questão nacional de vida ou morte”, conclui Pedro.
Por Rosa Maria Mattos, jornalista do INCT-EM