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Em defesa das agências de fomentoO coordenador do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Entomologia Molecular, Pedro Lagerblad, ao lado de outros 81 coordenadores e coordenadoras de INCTs, assina um manifesto em defesa das agências federais de fomento à pesquisa científica e tecnológica, no atual contexto de corte de recursos e iminente fim das bolsas que remuneram as pessoas que trabalham com pesquisa científica. O manifesto reafirma os objetivos e escopos de cada uma das três agências: a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPQ) e a Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP). E também traz dados sobre a produtividade dos INCTs e sua importância histórica. "Os Coordenadores dos INCTs manifestam-se pela restauração do orçamento, pela eliminação do contingenciamento de recursos e pela preservação do CNPq, CAPES e FINEP, instituições que, no âmbito federal, foram responsáveis pela consolidação da Pós-Graduação e pelo desenvolvimento científico e tecnológico que levaram o Brasil à posição de destaque no cenário mundial de CT&I. A fusão ou a extinção de Agências representará uma ação temerária, irreversível e um sério prejuízo para o desenvolvimento da nossa nação", afirma o documento.


Leia abaixo a íntegra do manifesto:

 

 

MANIFESTO DOS COORDENADORES DOS INSTITUTOS NACIONAIS DE CIÊNCIA TECNOLOGIA E INOVAÇÃO (INCT) EM DEFESA DA CT&I E DAS AGENCIAS FEDERAIS DE FOMENTO À PESQUISA CIENTÍFICA E TECNOLÓGICA 

 

A CAPES e o CNPq foram criados em 1951 com missões específicas. O CNPq é responsável por fomentar a Ciência, a Tecnologia e a Inovação, e atuar na formulação de suas políticas, contribuindo para o avanço das fronteiras do conhecimento, o desenvolvimento sustentável e a soberania nacional. A CAPES, por outro lado, tem a missão de "assegurar a existência de pessoal especializado em quantidade e qualidade suficientes para atender às necessidades dos empreendimentos públicos e privados que visam ao desenvolvimento do país". Na década seguinte foi criada a FINEP com a missão de promover o desenvolvimento econômico e social do Brasil por meio do fomento público à Ciência, Tecnologia e Inovação em empresas, universidades, institutos tecnológicos e outras instituições públicas ou privadas.

As missões do CNPq, CAPES e FINEP são distintas e complementares, pois o CNPq atua prioritariamente no apoio aos pesquisadores individualmente em todos os níveis e aos estudantes de ensino médio e de graduação – através dos exitosos programa de iniciação científica – e pós- graduação. A CAPES é prioritariamente focada no apoio às pós-graduações das Instituições de Ensino Superior, enquanto a FINEP apoia projetos de infraestrutura e grandes equipamentos em Instituições de Ciência e Tecnologia, públicas e privadas, bem como a inovação em empresas. Em resumo, a manutenção do CNPq, CAPES e FINEP cumprindo as suas respectivas missões é fundamental para o desenvolvimento Educacional, Científico e Tecnológico do Brasil.

Em 2008 o CNPq liderou a criação de uma iniciativa abrangente, os Institutos Nacionais de Ciência e Tecnologia, em alinhamento com as Áreas Estratégicas da Política Nacional de Ciência Tecnologia e Inovação com a participação direta da CAPES e em parceria com as Fundações Estaduais de Amparo à Pesquisa e a FINEP, gestora do FNDCT. Naquela época, o Programa INCT envolveu 125 projetos distribuídos em todas as regiões do País. Dele participam 6.794 pesquisadores e 1.937 instituições associadas a pesquisas em temas de fronteira.

A produção científica dos INCTs revelou-se expressiva, totalizando 70.389 registros, entre livros (905), capítulos de livros (4.255), artigos publicados em periódicos nacionais indexados (7.995), artigos publicados em periódicos internacionais indexados (26.215), trabalhos apresentados em congressos nacionais (21.043), trabalhos apresentados em congressos internacionais (14.261), softwares (242), produtos (1.845), processos (130) e produções artísticas (88) Outro impacto bastante relevante é a cooperação nacional. Foram realizadas 454 parcerias com outros INCTs, 167 acordos com instituições nacionais; além disso, 263 laboratórios nacionais estão associados aos INCTs. Por outro lado, foram celebrados pelos INCTs 787 acordos de cooperação internacional, houve a participação de 1.318 pesquisadores estrangeiros nas pesquisas, 139 empresas e 376 laboratórios internacionais.

Com relação à propriedade intelectual, foram registrados 578 depósitos de patentes, 265 concessões e 12 já comercializadas. Na cadeia de inovação destaca-se a geração de conhecimentos com potencial aplicação tecnológica, sendo 63 provas de conceito, 54 projetos piloto, 38 escalonamentos além da bancada, 51 ações em desenvolvimento final de processo ou produto, dentre outros. 

O impacto envolvendo a formação de recursos humanos e a transferência de conhecimento pode ser dimensionado com a criação de 566 disciplinas em 79 programas de pós-graduação a  realização de 1.568 eventos científicos, as 111 parcerias estabelecidas com órgãos estaduais de educação e as 4.232 iniciativas de divulgação, envolvendo vídeos, jornais, cursos, palestras, cartilhas etc.

Sem dúvida, uma iniciativa de grande sucesso!!!. 

A segunda fase dos INCTs foi formalizada em 2016, com liberação de recursos em dezembro de 2016. Atualmente, são 102 INCTs com presença em todas as regiões do País atuando em áreas altamente estratégicas tais como: Saúde, Ecologia e Meio Ambiente, Ciências Exatas e Naturais, Ciências Humanas e Sociais, Ciências Agrárias, Engenharia e Tecnologia da Informação, Energia e Nanotecnologia.

Nesse sentido, os Coordenadores dos INCTs manifestam-se pela restauração do orçamento, pela eliminação do contingenciamento de recursos e pela preservação do CNPq, CAPES e FINEP, instituições que, no âmbito federal, foram responsáveis pela consolidação da Pós-Graduação e pelo desenvolvimento científico e tecnológico que levaram o Brasil à posição de destaque no cenário mundial de CT&I. A fusão ou a extinção de Agências representará uma ação temerária, irreversível e um sério prejuízo para o desenvolvimento da nossa nação.

Em defesa da C,T&I no Brasil! 

Assinam o Manifesto os Coordenadores dos Institutos Nacionais de Ciência e Tecnologia:

  1. Adalberto Val, INCT Adapta 
  2. Afonso Luis Barth,- INCT – INPRA 
  3. Alvaro Toubes Prata, INCT-Refrigeração e Termofísica 
  4. Amauri Alcindo Alfieri, INCT - Leite 
  5. Anderson Gomes, INCT Fotônica 
  6. Antonio Carlos Campos de Carvalho - INCT-REGENERA. 
  7. Antonio Martins Figueiredo Neto, INCT de Fluidos Complexos 
  8. Augusto Cesar Alves Sampaio, INCT de Engenharia de Software (INES)
  9. Belita Koiller, INCT de Informação Quantica 
  10. Carlos Morel, INCT-IDPN 
  11. Celio Pasquini, INCTAA - Instituto Nacional de Ciências e Tecnologias Analíticas Avançadas Charbel 
  12. El-Hani, INCT IN-TREE 
  13. Carisi A Polanczyk, INCT para Avaliação de Tecnologias em Saúde 
  14. Deisy de Souza, INCT-ECCE 
  15. Diogo Souza - INCT Doenças Cerebrais, Excitotoxicidade e Neuroproteção 
  16. Edgar Carvalho, INCT-DT (Doenças Tropicais)
  17. Elibio Leopoldo Rech Filho, INCT Biologia Sintética 
  18. Eliezer J. Barreiro, INCT INOFAR 
  19. Euripedes Constantino Miguel, INCT de Psiquiatria do Desenvolvimento (INPD) 
  20. Evaldo Mendonça Fleury Curado, INCT-SC 
  21. Fabio Kon, INCT da Internet do Futuro para Cidades Inteligentes 
  22. Fernando Galembeck, INCT Inomat 
  23. Fernando José Gomes Landgraf, INCT Terras Raras
  24. Fernando Lázaro Freire Junior, INCT Engenharia de Superfícies 
  25. Helio Leães Hey, INCT Geração Distribuída de Energia Elétrica 
  26. Henrique Krieger, INCT sobre Epidemiologia da Amazonia 
  27. Hernandes F Carvalho, INCT-INFABiC 
  28. Jailson Bittencourt de Andrade, INCT de Energia e Ambiente 
  29. Jefferson Cardia Simões, INCT da Criosfera 
  30. Jerson Silva, INCT de Biologia Estrutural e Bioimagem 
  31. José Alexandre Felizola Diniz Filho, INCT Ecologia, Evolução e Conservação da Biodiversidade 
  32. João B. Calixto, INCT-INOVAMED 
  33. José Krieger, INCT-MACC 
  34. José Luiz Rezende Pereira, INCT de Energia Elétrica - INERGE 
  35. José Marengo, INCT Mudanças Climáticas Fase 2 
  36. José Maria Landim Dominguez, INCT AmbTropi 
  37. José Roberto Postali Parra, de Semioquímicos na Agricultura 
  38. Jorge Elias Kalil Filho, INCT de Investigação em Imunologia 
  39. Lauro Tatsuo Kubota, INCT de Bioanalítica 
  40. Leonardo Avritzer, INCT- da Democracia e da Democratização da Comunicação
  41. Luisa Massarani, INCT de Comunicação Pública da Ciência e Tecnologia 
  42. Luiz Goulart, INCT-Teranano 
  43. Luiz Nicolaci da Costa, Coorddnador INCT do e-Universo 
  44. Marcel Bursztyn, INCT Observatório das Dinâmicas Socioambientais 
  45. Marco Henrique Terra, INCT - Sistemas Autônomos Cooperativos 
  46. Marcos Buckeridge, INCT do Bioetanol 
  47. Marcos Pimenta, INCT Nanomateriais de Carbono 
  48. Maria Fátima das Graças Fernandes da Silva, INCT-CBIPF 
  49. Maria Fatima Grossi de Sá, INCT - Plant Stress Biotech 
  50. Maria Valnice Boldrin, INCT-DATREM 
  51. Mariangela Hungria - INCT- (MPCPAgro) 
  52. Mario José Abdalla Saad, INCT Obesidade e diabetes 
  53. Maria Vitória Lopes Badra Bentley - INCT Nanofarma 
  54. Mário Lúcio Vilela de Resende, INCT do Café
  55. Mauro Teixeira, INCT em Dengue 
  56. Mayana Zatz, INCT Envelhecimento e Doenças
  57. Milton Porsani, INCT de Geofísica do Petróleo 
  58. Niro Higuchi, INCT - Madeiras da Amazônia 
  59. Otavio Franco, INCT Bioinspir 
  60. Paulo Arruda - INCT- Centro de Química Medicinal de Acesso Aberto 
  61. Paulo Teixeira de Sousa Júnior, INCT-Áreas Úmidas 
  62. Pedro Lagerblad de Oliveira, INCT Entomologia Molecular 
  63. Poli Mara Spritzer, INCT em Hormônios e Saúde da Mulher 
  64. Reinhardt Fuck, INCT Estudos Tectônicos 
  65. Renato Boschi, INCT PPED 
  66. Ricardo Gazzinelli, INCT-Vacinas 
  67. Roberto Esser dos Reis, INCT Forense
  68. Roberto Giugliani, INCT -INAGEMP 
  69. Roberto Kant de Lima, INCT – InEAC 
  70. Roberto Lent, O INNT - Neurociência Translacional 
  71. Roberto Mendonça Farias, NCT de Eletrônica Orgânica 
  72. Rochel Montero Lago, INCT Midas 
  73. Sebastião C. Velasco e Cruz, INCT Ineu, Estudos sobre os Estados Unidos 
  74. Sebastião Valadares, INCT de Ciência Animal 
  75. Sergio de Azevedo, INCT Observatório das Metrópoles. 
  76. Takeshi Kodama, INCT-FNA, Física Nuclear e Aplicações 
  77. Vanderlan Bolzani, INCT BioNat 
  78. Vanderlei S. Bagnato - INCT em Óptica Básica e aplicada as ciências da vida 
  79. Vilma Regina Martins, INCT de Oncogenômica e Inovação Terapêutica 
  80. Wagner Farid Gattaz, INCT de Biomarcadores em Neuropsiquiatria (INBioN) 
  81. Wilson Gomes, INCT de Ciência & Tecnologia em Democracia Digital 
  82. Wilson Savino, INCT de Neuroimunomodulação

 

 

 

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