cancel

Anderson Sá Nunes (USP), Carlo José Freire Oliveira (UFTM) e  José Marcos Ribeiro (NIH/EUA).

 

Uma parceria entre professores da Universidade de São Paulo - USP, Universidade Federal do Triângulo Mineiro - UFTM e National Institutes of Health - NIH dos Estados Unidos deu origem a um ensaio publicado na Trends in Parasitology, periódico do grupo Cell, que está entre os mais citados na área de parasitologia. Os professores são pesquisadores associados ao Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Entomologia Molecular (INCT-EM).

O artigo publicado no dia 22 de maio de 2020 propõe que as respostas imunes exageradas associadas a mastócitos e basófilos, duas importantes células do sistema imune, são, na verdade, o resultado das pressões seletivas exercidas por ectoparasitas, como carrapatos, mosquitos e barbeiros, em seus hospedeiros vertebrados, caso de animais domésticos e silvestres e o próprio ser humano. De acordo com a publicação, essa interação, ao longo de milhões de anos, também deve ter exercido pressões recíprocas nos ectoparasitas, selecionando moléculas presentes em sua saliva que contra-atacam especificamente as respostas de mastócitos e basófilos.
 
 

 

“A exuberância fenotípica presente na interação entre artrópodes hematófagos e hospedeiros vertebrados representam um paralelo muito próximo ao que acontece entre beija-flores e as espécies cujas flores são polinizadas por essas aves. A forma do bico dos beija-flores é adaptada para alcançar o nectário de determinadas flores, que por sua vez possuem um formato que permite apenas que essas aves os atinjam. As constantes adaptações recíprocas resultantes dessas interações foram denominadas “corrida armamentista” em alusão à dinâmica ocorrida durante uma guerra, em que uma ação por parte de um dos lados resulta em uma reação por parte do outro lado, que por sua vez resulta em uma contrarreação e, assim por diante”, acrescentou o pesquisador do National Institutes of Health - NIH, José Marcos Ribeiro

 

Para o professor e pesquisador da USP, Anderson Sá Nunes, a exuberância fenotípica que caracteriza a coadaptação entre ectoparasitas e os hospedeiros são evidenciadas tanto em nível anatômico e celular quanto em nível molecular e gênico. Essas evidências podem ser testadas em modelos experimentais que comprovariam seu papel hierárquico na resposta imune contra ectoparasitas, exatamente o que acontece naturalmente nas infestações tanto em hospedeiros susceptíveis como em hospedeiros resistentes as infestações.

 

 

De acordo com o pesquisador e professor da UFTM, Carlo José Freire de Oliveira, as informações disponíveis no trabalho são importantes porque permitem compreender como diferentes hospedeiros respondem à infestação por ectoparasitas, além disso, os dados do artigo jogam luz a um desafio de muitos profissionais de saúde e imunoparasitologistas, a descoberta de métodos de intervenção contra esses artrópodes e contra os patógenos que são por eles transmitidos.

 

Mais informações, acesse o link da publicaçãohttps://doi.org/10.1016/j.pt.2020.05.003

 

Fonte: site da Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFMT), texto publicado em 28 de maio de 2020.

 

Topo