O Programa "Fantastico", da Rede Globo de televisão, exibiu em 29 de maio de 2022, uma reportagem especial sobre os mosquitos (7 min). Na matéria aprofundada sobre o tema, o repórter Jorge Pontual entrevista o historiador Timothy Winegard, que escreveu o livro “Mosquito: a história humana do nosso predador mais mortal”, e conversa com o pesquisador Luciano Andrade Moreira (Fiocruz), que coordena a iniciativa da World Mosquito Program no Brasil.
Na reportagem de tv, o mosquito é apresentado como um dos vilões mais antigos da história do mundo.
- "Qual o animal que mais mata seres humanos? Aquele que ao longo da história mais ameaçou de extinção a nossa espécie?"
Nosso maior inimigo não é grande, nem forte, nem ameaçador. Não é uma fera, não tem dentes nem garras. E é tão pequeno que a gente até despreza. Bem... Despreza mais ou menos, né? Ele gosta de lugares com água parada.
"O maior inimigo da espécie humana é: o mosquito!". Segundo o historiador Timothy Winegard, o mosquito transmite doenças que mataram metade de todas as pessoas que viveram no planeta: mais de 50 bilhões de seres humanos ao longo das eras. E continuam matando. Hoje nós somos sete bilhões. Eles, os mosquitos, são trilhões. "Nossas vitórias contra eles são raras e passageiras" - observou o pesquisador.
O Brasil eliminou a febre amarela em 1942, matando o mosquito transmissor, o Aedes aegypti. Mas ele e a doença voltaram. Todo ano morrem 300 mil pessoas de malária transmitida pelo mosquito Anopheles, a maioria na África, mas muitos também no Brasil. Mosquitos transmitem outras doenças que podem ser fatais, como dengue, zica, e febre do nilo. “E na verdade o planeta pertence a eles!” Existem há 195 milhões de anos e ajudaram a extinguir os dinossauros. Nossa espécie, Homo Sapiens, existe há muito menos tempo, aproximadamente 200 mil anos.
"Se não tomarmos cuidado o mosquito também poderá influir na nossa extinção. E se nós desaparecermos, uma coisa é certa: a terra continuará povoada por mosquitos" - pontuou o reporter.
Ao final da reportagem, a iniciativa brasileira da World Mosquito Program para controle de doenças transmitidas pelo Aedes aegypti é apresentada. O método inovador e autossustentável consiste em soltar os mosquitos Aedes aegypti infectados por Wolbachia na sociedade. Mas qual seria razão? A Wolbachia é uma bactéria presente em cerca de 60% dos insetos, que não é encontrada naturalmente no Aedes aegypti. No entanto, pesquisadores descobriram que quando introduzida no mosquito, essa bactéria impede que o Aedes aegypti transmita o vírus, mesmo estando infectado com a doença.
Esse é um tema que gera muitas dúvidas e curiosidades pois sempre quando falamos no combate a doenças transmitidas por mosquitos, a primeira coisa que nos vem à cabeça é eliminar o Aedes aegypti. E não contribuir para sua procriação!
Assista a reportagem na íntegra no Globoplay : https://globoplay.globo.com/v/10619711/ (7 min)
Por Lúcia Beatriz Torres, jornalista INCT-EM, com informações do Fantástico e G1.