A expectativa era grande para o primeiro Encontro presencial do Grupo Arthromint, pós-pandemia. Tanto para pesquisadores experientes - já familiarizados com a dinâmica inovadora do Encontro, como para jovens arthromíntic@s de primeira viagem. De 2020 a 2022, quatro edições virtuais mantiveram bravamente acesa a essência do evento, mas nada como vivenciar o Arthromint em seu habitat natural: a paradisíaca Ilha Grande/RJ.
Neste histórico reencontro do Grupo Arthromint, realizado entre os dias 27 e 30 de julho de 2023, mais de 150 pesquisadores de diferentes instituições do Brasil e do exterior, se reuniram para trocar experiências sobre uma causa em comum…. Compreender a natureza dos Artrópodes (Arthro) e Helmintos (mint), a fim de desenvolver novas formas eficazes para o controle de doenças transmitidas por vetores. Doenças de grande importância epidemiológica, como a dengue, zika, chikungunya e leishmaniose, porém ainda historicamente negligenciadas, no País e no mundo.
Um evento pé na areia e no gramado. Realizado ao ar livre, no ambiente tranquilo da enseada de uma ilha. Em um cenário livre do trânsito e da poluição das grandes cidades, onde o meio de transporte é o barco e o barulho mais constante é o canto dos pássaros. Isento de sessões de pôsteres e da formalidade das apresentações orais, o Arthromint é completamente diferente das reuniões científicas clássicas, pois o importante no evento não é o aluno mostrar seus resultados, mas sim compartilhar suas dificuldades para que, em grupo, sejam pensadas novas soluções, a partir de diferentes pontos de vista.
Um evento idealizado com uma nobre missão
O Arthromint foi um evento criado, em 1997, com o objetivo primordial de aproximar alunos de Iniciação Científica e Pós-Graduação de pesquisadores experientes. Através de uma metodologia pioneira, o evento favorece a troca de conhecimento horizontal, de igual para igual, independente do nível de formação acadêmica, estimulando a colaboração entre os pares.
“Aproveitem esta oportunidade para interagir ao máximo com todos os presentes, colegas estudantes, professores, técnicos, convidados estrangeiros expondo-lhes suas ideias e dificuldades. Assim, vocês terão maiores chances de encontrar soluções para seus problemas e alavancar seus projetos” - escreveu o Prof. Hatisaburo Masuda (UFRJ), um dos idealizadores do evento, em carta aberta direcionada aos participantes do Arthromint 2023.
“Lembrem que o Arthromint foi idealizado para ajudar vocês, jovens cientistas, proporcionando um ambiente rico para troca de ideias (…) ! Vençam a timidez e conversem ciência, na praia, no café da manhã, nas mesas aleatórias, no barco, no almoço, no jantar, nas festa etc enfim, quando a oportunidade surgir.” - completou Masuda, que por recomendações médicas não pode estar presente no evento.
Dinâmica inovadora das mesas aleatórias
Ao longo de mais de duas décadas, a metodologia batizada com o nome inusitado de “mesas aleatórias” foi consolidada e ganhou reconhecimento de grupos, no Brasil e no exterior, que já espelham a experiência para organizar eventos similares em suas respectivas áreas de pesquisa.
No Arthromint as mesas aleatórias reunem pequenos grupos (de 6 a 7 pessoas, no máximo), para não inibir a fala do estudante diante de uma plateia muito grande. Os grupos são coordenados por um pesquisador experiente e formados por participantes de níveis acadêmicos heterogêneos. Todos são livres para opinar. Nas mesas aleatórias só há uma regra: ninguém pode participar da mesma mesa de alguém do seu laboratório.
Segundo os organizadores, para comportar todos os participantes desta edição foram necessárias 22 mesas aleatórias, em cada sessão. Com auxílio da inteligência artificial sob o olhar atento do secretário do evento, Emerson de Avelar, as mesas ficaram as mais aleatórias possíveis. Números no crachá indicavam a mesa para qual o aluno deveria se dirigir. À beira do mar, embaixo da amendoeira, tenda ou ombrelone, no gramado, no deck ou restaurante… Diante das múltiplas possibilidades oferecidas, em um dia de sol ou de chuva, em comum acordo, os integrantes decidiam onde queriam se reunir para conversar sobre seus trabalhos.
Um estímulo para aperfeiçoar o inglês
Ao todo foram 03 sessões de mesas aleatórias de, em média, 03 horas cada. Ou seja, durante o evento, os estudantes tiveram a oportunidade de apresentar o seu trabalho 03 vezes e receber feedbacks dos colegas e dos pesquisadores sêniores. Se pela aleatoriedade o aluno tivesse caído em uma mesa com participantes estrangeiros, deveria apresentar o seu trabalho em inglês. Caso não dominasse o idioma, o estudante recebia ajuda do grupo para traduzir o seu trabalho e ter oportunidade de receber os feedbacks. Mas é interessante lembrar que nem todo evento científico tem o mesmo espírito de cooperação do Arthromint…
“As mesas aleatórias são um estímulo para os estudantes entenderem que a língua estrangeira faz parte da formação profissional deles, já que o inglês é a língua mais utilizada na área científica para os pesquisadores trocarem conhecimento. Na linguagem acadêmica o inglês facilita bastante. Os estudantes não podem abrir mão disso” - ressaltou o Prof. Emerson Guedes Pontes (UFRRJ), que coordenou uma mesa com a participação do Dr. Petr Volf, pesquisador consagrado do Departamento de Parasitologia da Charles University, sediada em Praga, República Checa.
“É interessante ver como esse evento é organizado. Mesas aleatórias com uma combinação de pesquisadores, pós-docs e alunos que estão começando. Na mesa pude falar sobre a minha experiência de 30 anos trabalhando com vetores, discutir com alunos metodologia e sugerir alguns experimentos para melhorar o trabalho deles” - observou Petr Volf, que ficou muito impressionado como os jovens alunos estão entusiasmados com as pesquisas que estão desenvolvendo. “Acho o estilo desse evento muito frutificante para as gerações mais jovens”- completou.
Para Suelen Bastos Pereira, aluna de mestrado do Instituto Oswaldo Cruz (IOC), o Arthromint é um encontro diferenciado pois permite que os participantes tenham um pouco mais de liberdade e proximidade com pesquisadores que escrevem artigos de referência na área.
“A gente consegue ter uma linha de diálogo construtiva. Em cada mesa, tive a oportunidade de absorver as opiniões, tanto dos alunos como dos pesquisadores experientes, que enriqueceram de forma absurda o meu trabalho e, principalmente, extrapolaram ideais que eu não havia pensado antes. Até mesmo em relação às perspectivas dos próximos passos do projeto”- pontuou a mestranda da Fiocruz/RJ, após a participação em sua terceira mesa aleatória.
Terapia de protocolo de grupo
Terapia de protocolo de grupo. Foi assim que o Prof. Rodrigo Soares do Centro de Pesquisas René Rachou (Fiocruz/MG) descreveu a dinâmica inovadora das mesas aleatórias, logo na abertura do evento. Como em um processo terapêutico, as mesas aleatórias são momentos importantes para os alunos poderem se expressar à vontade, compartilhar suas dificuldades. E também fazerem perguntas e reflexões sobre sua pesquisa, que não tiveram tempo e nem oportunidade de fazer, enquanto imersos na rotina de trabalho de seus laboratórios de origem.
“Acredito que o Arthromint realmente funcione como terapia de grupo para os alunos, deixando os estudantes mais tranquilos e fazendo eles se entenderem no processo da pesquisa” - refletiu Marcus Vinicius Lacerda, médico infectologista, especialista em saúde pública do Instituto Leônidas & Maria Deane (Fiocruz/ AM), chamando a atenção para mais um ponto positivo do evento: a manutenção da saúde mental dos estudantes, frente às adversidades de sua pesquisa.
Compartilhando dificuldades e soluções
Ao compartilhar suas dificuldades na “terapia de grupo” realizada durante mesas aleatórias, os alunos percebem que, às vezes, os seus problemas podem ser semelhantes aos de pesquisadores mais experientes. E que a solução pode ser útil a ambos, o que estimula a profícua colaboraçāo científica entre as partes.
Lidiane Medeiros da Costa, aluna de doutorado da UFMG, trabalha com avaliação fisiológica de barbeiros. Uma das formas de estudar o seu comportamento alimentar é analisar os sinais elétricos de uma bomba que fica na cabeça do inseto. Para desenvolver sua pesquisa, a aluna contou que fica “refém” de um programa que só funciona em Windows 95, pois ele é dependente do sistema operacional DOS, que não é mais disponibilizado nos sistemas atuais de computadores.
“Daí vem a necessidade de desenvolvermos um novo software que funcione nos programas atuais, pra fugirmos da dependência de um equipamento que está fora de linha, que não tem mais peças e nem em suporte do desenvolvedor” - observou Lidiane, informando que, em parceria com um aluno de IC, está investindo esforços para desenvolver um novo software para rodar o programa, a fim de não correr o risco de precisar parar sua pesquisa, caso dê pane no computador antigo.
O pesquisador Pedro Lagerblad de Oliveira (UFRJ), coordenador do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Entomologia Molecular (INCT-EM), sinalizou que tem um problema parecido no seu laboratório e se interessou em usar, futuramente, o software que será desenvolvido no grupo de pesquisa da doutoranda.
Do Arthromint para o mundo
Erich Loza Telleria participou do Arthromint enquanto aluno de IC, mestrado, doutorado e pós-doc. Nesta edição teve uma experiência diferente…Foi para o evento como palestrante com a missão de inspirar jovens pesquisadores à carreira científica. Especialista no silenciamento gênico de flebotomíneos por RNAi, Erich trabalha há 5 anos na Charles University, na República Checa, no laboratório do Dr. Petr Volt. Em uma noite estrelada, dividiu com Dr. Volt a responsabilidade de encantar os alunos nas conferências de abertura do evento (27/07).
“O convite foi uma grata surpresa! O Arthromint para mim foi muito enriquecedor, possibilitou criar o hábito de compartilhar ideias e assim poder expandir colaborações. Através dessa experiência pude alavancar minha carreira” - pontuou Erich. Durante o período do seu doutorado em que teve a oportunidade de estudar na Liverpool School of Tropical Medicine, na Inglaterra, Erich aprendeu a técnica de silenciamento gênico por RNAi e, algum tempo depois, foi convidado a implementar a ferramenta no laboratório do Dr. Volt, onde estabeleceu o seu próprio grupo de pesquisa em imunologia de flebotomíneos. “Não tenham medo de propor ideias!” - foi o recado que o pesquisador deixou para as gerações mais jovens de atromíntic@s.
Dando continuidade ao programa de conferências, na segunda noite do evento (28/07), Marcus Vinicius Lacerda (Fiocruz- AM), coordenador de uma rede de pesquisa referência em doenças tropicais, usou o storytelling e o bom humor para traçar um panorama histórico mundial da descoberta da Malária e tentativas de controle do vetor (muitas vezes frustadas) e tratamentos.
Da descoberta da Malária à cloroquina
Da origem do nome da doença - Malária vem do italiano “mal aire” que significa “mau ar” por que acreditava-se que o mau ar que vinha dos pântanos era o causador da doença. Só depois se descobriu que o que vinha dos pântanos eram os mosquitos vetores - à criação do gim tônica, primeira profilaxia a base de quinino para evitar que soldados do exército inglês contraíssem malária durante a construção do Panamá. Passando pela tragédia na construção da ferrovia Madeira-Mamoré, onde 90% dos trabalhadores se infectaram, o fracasso do Programa Mundial da Organização Mundial de Saúde (OMS) de erradicação da malária pelo DDT e a ineficácia do método Pinotti, de distribuição de sal de cozinha com cloroquina no norte do Brasil, na década de 50.
Por falar em cloroquina… Marcus Vinícius foi o médico que esteve à frente de um estudo pioneiro publicado, em 2020, no Journal of the American Medical Association (Jama) sobre o uso de cloroquina em pacientes com Covid-19. Tornou-se alvo de ameaças de morte e ofensas pessoais por conta do estudo que demonstrou que o medicamento não era eficaz e podia apresentar riscos aos pacientes infectados pelo novo coronavírus.
A visita do pesquisador ao Arthromint aconteceu alguns dias depois dele receber a Comenda da Ordem Nacional do Mérito Científico, em Brasília. Em 2021, a honraria concedida a ele havia sido revogada pelo presidente Jair Bolsonaro pois os resultados dos seus estudos eram contrários à políticas públicas do governo de combate à pandemia. À época, a pesquisa publicada no Jama foi fundamental para que a cloroquina parasse de ser prescrita para Covid-19, nos Estados Unidos.
Sobre o caso, ao final de sua palestra Marcus Vinicius Lacerda comentou: “Aquilo que não nos mata, nos seleciona e nos torna mais fortes! Foi o que aprendi com os entomologistas”.
Das Conferências para as Festas, ou vice-versa
De igual importância que as mesas aleatórias, mesas temáticas (nesta edição ano foram 10) e as conferências, as festas sempre tiveram um papel fundamental para unir docentes, discentes e pesquisadores no Arthromint. Que o diga Carlos Logullo (UFRJ), arthromíntico de longa data que nesta edição foi o responsável por fazer o vai e vem, pela areia, da potente caixa de som que embalou as festas das duas primeiras noites do evento.
“As festas são ótimas pois integram todo mundo. No início a gente fica com um pouco de vergonha, aquele é tal pesquisador, tal pesquisadora, eu sou IC. Mas depois que temos o primeiro contato na festa, a gente perde a vergonha, acaba falando um pouco mais, todo mundo fica mais relaxado” - observou Gabriela Moreschi de Almeida, aluna de Iniciação Científica do Instituto Oswaldo Cruz (IOC) e arthromíntica de primeira viagem.
Quem acompanhou sua animação desde o primeiro dia de festa do Arthromint, não imaginava que moça loira, alta, com sotaque “gringo” - que dançava todos os ritmos sem se cansar - havia sido a coordenadora do consórcio internacional de cientistas que, recentemente, havia feito uma importante descoberta: a decodificação do genoma completo de duas espécies de flebotomíneos.
Quem estava por dentro do feito, acreditava que o motivo de tamanha alegria podia ser comemoração, pois também estavam presentes no Arthromint alguns pesquisadores brasileiros que participaram do estudo, publicado em meados do mês de abril, na renomada ‘Plos Neglected Tropical Diseases’.
Ao caracterizar genes associados a comportamentos que interferem na capacidade do flebotomíneo transmitir a infecção, a decodificação do genoma permite o desenvolvimento de novas formas controle de doenças, como a Leishmaniose. Mantendo o suspense sobre os bastidores do estudo que reuniu esforços de quase uma centena de cientistas de todo o mundo, a palestra da Dra. Mary Ann McDowell, pesquisadora da Notre Dame University (EUA), aconteceu somente na noite de encerramento do evento (29/07).
Festas com espírito Arthromint
No retorno ao Encontro presencial em Ilha Grande, o Arthromint foi organizado por pesquisadores de Minas gerais, capitaneados pelo Prof. Rodrigo Soares (Fiocruz/MG) e privilegiou, em seu ciclo de palestras, a temática dos flebotomíneos (também conhecidos como sandfly ou mosquito-palha). Para alegria de todos manteve, firme e forte, uma tradição do evento: a última festa ser realizada na pousada dos alunos e… os pesquisadores terem que enfrentar, a trilha de volta para casa, no escuro.
Para quem nunca foi ao evento, importante ter em mente que cada pousada fica localizada na ponta de uma enseada. Sendo o mar e a trilha os únicos acessos disponíveis para se chegar à Maria Bonita ( pousada dos alunos) e Recanto dos Pássaros (pousada dos pesquisadores).
Um barco até foi disponibilizado pela organização para fazer o retorno dos pesquisadores, mas assim como no conto infantil da Cinderela, a embarcação saía cedo da festa. E quem ousaria ir embora e perder a performance do Freddie Mercury, aperfeiçoada por Anderson Sá Nunes (USP) durante os enclausurados anos de pandemia, ou deixar de assistir ao concurso Garoto e Garota Arthromint…? Concurso esse, que assim como o repertório musical das festas, precisou ser atualizado pelas gerações mais jovens presentes no evento e passou a se chamar “Pessoa Arthromint”.
Nota: Como curiosa repórter de ciência, resolvi viver na pele o Arthromint (sem o clássico banho de mar noturno) e arrisquei ir embora de trilha. Depois de uma animada festa, confesso que não foi fácil percorrer o caminho de volta na floresta escura mas, com a ajuda das colegas de quarto de Minas Gerais, sobrevivi para escrever esta reportagem!
Arthromint: palco de encontros e reencontros
Palco do encontro entre pesquisadores interessados em compreender a biologia dos insetos vetores de arboviroses, o Arthromint foi terreno fértil para a criação, em 2009, da rede de pesquisa do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Entomologia Molecular (INCT-EM). Desde então, o evento é sede das reuniões anuais do INCT-EM e ambiente propício à discussão de temas atuais e de interesse da comunidade científica.
Este ano o desenvolvimento de projetos para uso do banco de células de vetores, disponibilizado pela “Tick Cell Biobanck” no Brasil, esteve na berlinda do evento e suscitou a polêmica reflexão: o acesso ao biobanco deve ser gratuito ou não? Eis a questão. A discussão foi conduzida em Ilha Grande pelo coordenador do INCT-EM, Prof. Pedro Lagerblad e teve a participação remota do Dr. Flavio Alves Lara (IOC), que é responsável pela manutenção do banco de células, na Fiocruz/ RJ. Neste histórico re-encontro presencial do Grupo Arthromint pós-pandemia, o debate foi único o momento híbrido (virtual +presencial) do evento.
Após quatro edições virtuais com o espírito Arthromint enclausurado dentro dos computadores, foi bonito de ver in loco a reunião entre as diferentes gerações que pesquisam a temática dos artrópodes e helmintos. O olhar saudoso dos que participaram dos primeiros Arthromints, o brilho nos olhos, de quem apenas havia escutado falar do evento, e foi até Ilha Grande conferir de perto que todos os relatos não eram fake-news. Marcante também foi a alegria do reencontro presencial de dois amigos pesquisadores do tema, originários do Sudão, país distante ao norte da África.
Não foi difícil para Bashir Ali - que há três anos está no Brasil fazendo doutorado no Instituto Ageu Magalhães (Fiocruz/ PE), sob a orientação da Profa. Constância Ayres, - convencer seu amigo, Amman Ahmed, a vir para o Arthromint. Ahmed que estava em um evento em São Paulo, e se quer fala uma palavra em português, resolveu esticar sua permanência no País para conhecer a dinâmica inovadora do Encontro. E pelo seu depoimento, parece que não se arrependeu…
“O Arthromint é totalmente diferente de outras conferências que já participei. Eu nunca estive em experiência similar antes” - observou o doutorando da Universidade de Khartoum, no Sudão, que além de elogiar a metodologia, também ficou impressionado com a logística do evento: “Sair do meio urbano e ver somente natureza aqui, é muito espetacular. Toda hora você está trocando o cenário. De um lado você come e dorme (Pousada Maria Bonita) e no outro, discute o seu trabalho (Pousada Recanto dos Pássaros)”.
A entrevista, de repente, é interrompida pelo barulho da buzina de um barco.“Estão me chamando. Durante o dia pego o barco pelo menos 03 vezes para ir de um lado a outro do evento. É bem divertido” - contou com entusiasmo Amman Ahmed. Lembram quando na carta de boas-vindas o Prof. Masuda recomendou discutir ciência em todo lugar, inclusive até no barco…no Arthromint foram múltiplas essas oportunidades.
Lembranças para além do cv lattes
A buzina toca novamente e é a triste hora de ir embora. A mesma escuna que trouxe os participantes de Angra dos Reis até a Ilha Grande, em uma bela quinta-feira de sol e, durante o evento fez o transporte dos alunos entre as enseadas, no domingo à tarde, leva embora. Na bagagem, lembranças para ficar na memória. Entusiamo para colocar em prática nos pesquisas. E a certeza de que o Arthromint vai muito além do que o nome de um evento científico estampado no currículo lattes.
“O Arthromint é fixe. É porreta!”. No português de Portugal a expressão se refere a algo muito positivo, legal. Se o pesquisador português Bruno Gomes (Fiocruz/RJ) já achou esta edição muito porreta, imagina o que não vai achar da próxima, em que o evento irá completar 25 anos. Em 2024, o Arthromint irá fazer bodas de prata e muita comemoração está por vir...
Acesse a playlist completa dos vídeos do Arthromint 2023 no canal do youtube do INCT-EM
Reportagem e short vídeos: Lúcia Beatriz Torres, jornalista de Ciência do INCT-EM.