Um evento inédito, com um recorte bem específico. O I Simpósio de Entomologia Molecular reuniu, durante três dias consecutivos, todos os pesquisadores do INCT de Entomologia Molecular (INCT-EM) vinculados à Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), para apresentar as novas descobertas dos seus projetos de pesquisa. A rede do INCT-EM é formada por 91 pesquisadores de diferentes instituições espalhadas pelo País, sendo que quase um terço destes estão baseados na UFRJ, nos campus Fundão e Macaé.
O I Simpósio foi realizado entre os dias, 23 e 25 de outubro de 2024, e o auditório Leopoldo De Meis do Centro de Ciências da Saúde /UFRJ ficou pequeno para comportar alunos, professores e pesquisadores interessados em discutir recentes avanços e novas metodologias de estudo no campo da entomologia molecular, com foco especial no controle de vetores de doenças tropicais.
Ao todo 28 pesquisadores da UFRJ, que integram a rede do INCT-EM, se revezaram para apresentar projetos em temáticas e modelos bem variados dentro da Entomologia. Biologia molecular, genética, capacidade vetorial, evolução… Rhodnius prolixus e Aedes aegypti, vetores da Doença de Chagas e Dengue, respectivamente, foram as duas espécies de insetos que dominaram a cena das discussões.
O I Simpósio de Entomologia Molecular da UFRJ foi idealizado pela professora associada ao Instituto de Bioquímica Médica Leopoldo de Meis (IBqM/UFRJ), Isabela Ramos. Para ela, dificilmente há um evento em que todos de uma comunidade científica, sem exceção, tenham a oportunidade de falar. “Em um Congresso apenas determinadas pessoas são convidadas a se apresentar. Geralmente aquelas que possuem um trabalho mais desenvolvido” - observou.
A fim de democratizar o protagonismo dos jovens pesquisadores no ambiente acadêmico-científico do INCT de Entomologia Molecular, a professora do IBqM/UFRJ resolveu definir uma comunidade para traçar o escopo do evento: “No início pensamos que o recorte poderia ser o Rio de Janeiro, mas o programa iria ficar muito extenso se englobasse pesquisadores do INCT-EM de instituições de todo o Estado. Por isso resolvemos fazer o evento com foco somente na UFRJ”.
Para o coordenador do INCT-EM, Pedro L. Oliveira (IBqM/UFRJ), que de pronto encampou a proposta inovadora do evento, seria ótimo essa iniciativa se replicar em outras comunidades científicas nas quais o INCT possui uma densidade grande de pesquisadores como a Fiocruz, por exemplo. Ou em outros estados, em que a quantidade de pesquisadores é menor, mas que o Simpósio poderia abarcar todos da rede pertencentes a uma mesma região.
“O que de fato me deixou muito bem impressionado foi a qualidade dos trabalhos. De altíssimo nível. Foi muito interessante saber como os pesquisadores tiveram a primeira curiosidade, e depois ouvir sobre as estratégias e técnicas que utilizaram para resolver as perguntas que eles haviam formulado” - pontuou o Professor Emérito Hatisaburo Masuda (IBqM/UFRJ), que acredita no potencial do evento para trazer novas inspirações para os alunos.
No Simpósio, Masuda, que também é pesquisador do INCT-EM vinculado à UFRJ, optou por ficar na plateia. Como ouvinte, ao final do evento, deixou a sugestão de que as apresentações fossem transformadas em artigos e publicadas em um livro ou e-book.
Por Lúcia Beatriz Torres, jornalista do INCT-EM