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Itabajara Jr é agraciado com  Prêmio "O Futuro da Terra"

 

Em sua 24ª edição, o prêmio "O Futuro da Terra" destaca cientistas, pesquisadores, agricultores e instituições, do Estado do Rio Grande do Sul que mais tem contribuído para o desenvolvimento do agronegócio e a preservação ambiental, através de práticas inovadoras e sustentáveis. A promoção do prêmio é realizada pelo Jornal do Comércio, em parceria com a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio Grande do Sul (Fapergs).

Em 2020, Itabajara da Silva Vaz Jr., professsor Titular da UFRGS e pesquisador integrante do Comitê Gestor do INCT em Entomologia Molecular (INCT-EM), foi agraciado com o  prêmio na Categoria "Inovação e Tecnologias Rurais", por seus estudos que se dedicam ao desenvolvimento de vacina contra carrapato bovino.

 

 

 

Estudos se dedicam ao desenvolvimento de vacina contra carrapato bovino

 

Um animal causador de grandes prejuízos no campo pode estar com os dias contados graças ao esforço do pesquisador Itabajara da Silva Vaz Jr. e da equipe capitaneada por ele no Laboratório de Imunologia Aplicada à Saúde Animal da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs). Estudos têm o objetivo de pôr fim aos carrapatos nos rebanhos bovinos através do uso de uma vacina.
 
Razão de grandes perdas econômicas na pecuária, o carrapato bovino (Rhipicephalus microplus) leva à queda na produção de leite e carne, traz danos ao couro e é o transmissor dos protozoários que causam o complexo da Tristeza Parasitária Bovina (TPB) - doença muito comum no Brasil. Atualmente, o controle desse parasita externo é feito principalmente com o uso de acaricidas.
 
Mas alternativas para o seu controle, como o uso de vacinas, têm sido procuradas. Um dos grupos que se dedica a pesquisas nessa área está sediado no Rio Grande do Sul e investiga o tema há mais de 30 anos.
 
As pesquisas nessa área são coordenadas pelo veterinário formado pela Universidade Federal de Pelotas e doutor em Ciências Biológicas Itabajara da Silva Vaz Jr. desde meados dos anos 1990. Atualmente com 10 pesquisadores (de estudantes de graduação com iniciação científica a pós-doutorandos), o coletivo colhe os frutos de estudos avançados na compreensão da fisiologia do carrapato e tenta, a partir disso, identificar alvos para um controle com uso de vacinas.
 
As pesquisas estudam proteínas com potencial imunogênico e aspectos da própria bioquímica do parasito. Essas pesquisas básicas buscam novas ferramentas e vacinas para o controle do ectoparasita, responsável por muitas perdas no setor agropecuário.
 
Ainda não foi possível entregar ao mercado uma vacina eficaz. Mas o pesquisador adianta que estudos muito promissores estão em fase avançada. A grande dificuldade, entretanto, está na captação de recursos e investimentos para manter a excelência das pesquisas que vêm sendo feitas há anos. "Assim como em todas as áreas de pesquisa no Brasil, a manutenção da realização de um estudo, que pode levar muitos anos e envolver uma equipe de profissionais, é o mais complicado", relata.
Durante três anos, a pesquisa em fase mais avançada no laboratório, que utiliza proteína do carrapato como insumo e estimula a produção de anticorpos no boi através da vacinação, contou com financiamento de uma empresa privada. Contudo, a parceria foi descontinuada no início deste ano devido à dificuldade econômica enfrentada pela companhia.
Desde então, os estudos estão praticamente parados, lamenta o professor. "Essa é a vacina com resultados mais promissores. Já realizamos uma fase de testes e 65% dos animais vacinados apresentaram redução significativa na contaminação de carrapatos", destaca Itabajara.
 
De acordo com o professor, além de solucionar um problema enfrentado por um dos mais relevantes setores produtivos do Estado, o estímulo à produção de remédios e vacinas gaúchos também traz consigo outros ganhos importantes. Os avanços nessas pesquisas são cruciais para a formação de pessoal qualificado na área, para a garantia da autossuficiência do País na criação e produção desses fármacos e também para dar segurança aos pecuaristas de que o produto desenvolvido será eficaz. "Se tem algo que podemos aprender com a pandemia do novo coronavírus é que a ciência deve ser valorizada. Uma crise sanitária não avisa quando vai acontecer e todos os países precisam estar preparados", pontua o pesquisador.
 
Ele lembra também que já existem vacinas capazes de imunizar o gado aos carrapatos. Elas são desenvolvidas em outros países e não têm o mesmo efeito no rebanho brasileiro. "É o caso da vacina produzida na Austrália. Na América do Sul inteira ela não funciona do mesmo jeito devido às particularidades da pecuária e de outras condições da região", exemplifica.
 
Além das pesquisas, o grupo de pesquisa em imunologia mantém um Serviço de Produção de Anticorpos chamado Célula B. O serviço fornece anticorpos feitos sob encomenda para laboratórios acadêmicos, laboratórios clínicos e indústrias com preços competitivos e adequados à realidade nacional.
 
Mesmo com uma série de dificuldades e em meio à pandemia, que obrigou a equipe a realizar uma divisão do trabalho em turnos para que não houvesse mais de uma pessoa no espaço ao mesmo tempo, o grupo liderado por Itabajara já realizou o depósito de 17 patentes, das quais três já foram concedidas. Todas elas visam à criação de medicamentos contra o carrapato - a maior parte vacinas - ainda que sigam diferentes estratégias de elaboração, explica o especialista.
 
Há anos à frente de pesquisas na área de imunologia parasitária, Itabajara parece ter a calma de quem sabe que a pesquisa requer tempo. Ao que tudo indica, uma vacina capaz de trazer mais saúde aos rebanhos gaúchos e tranquilidade aos criadores está cada vez mais perto de se tornar realidade.
 
Texto: Roberta Mello   Foto: Luiza Prado 
Publicado em 01/10/2020 no Jornal do Comércio
 

 

Itabajara da Silva Vaz Jr., professsor Titular da UFRGS e pesquisador integrante do Comitê Gestor do INCT em Entomologia Molecular (INCT-EM), foi agraciado com o  prêmio "O Futuro da Terra".  A premiação reconhece iniciativas e pesquisas que contribuem para a valorização de práticas que estimulam o desenvolvimento do agronegócio no Estado do Rio Grande do Sul. A promoção do prêmio é realizada pelo Jornal do Comércio, em parceria com a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio Grande do Sul (Fapergs).

Em sua 24ª edição, o prêmio "O Futuro da Terra" destaca cientistas, pesquisadores, agricultores e instituições que mais tem contribuído para o desenvolvimento do agronegócio e a preservação ambiental, através de práticas inovadoras e sustentáveis. A seleção dos premiados foi feita através do Comitê das Ciências Agrárias e de agentes do agronegócio da FAPERGS. 

 

 

Itabajara da Silva Vaz Jr. foi agraciado com o Prêmio "O Futuro da Terra" na Categoria "Inovação e Tecnologias Rurais". O pesquisador tem experiência na área de Imunologia Parasitária, com ênfase na caracterização, através de análises moleculares e funcionais, de proteínas de carrapatos e desenvolvimento de vacina contra o carrapato bovino. Dedica-se principalmente à Identificação e caracterização de proteínas de carrapatos que tenham potencial como imunógenos vacinais.

Tradicionalmente, os agraciados têm seus trabalhos destacados em um concorrido evento que acontece todos os anos no auditório da Farsul, na Expointer. Este ano, em função da pandemia da Covid-19, a solenidade de premiação será realizada de forma on-line,  no dia 30 de setembro, com horário a ser informado. Veja abaixo a lista completa com os agraciados com o Prémio "O Futuro da Terra", em 2020.

 

Prêmio"O Futuro da Terra"/ 2020

 

Categoria Especial

Egon Klamt - UFRGS

 

Categoria Inovação e Tecnologias Rurais

Itabajara da Silva Vaz Jr. - UFRGS

Márcia Rogrigues Capellari - IMED HUB - Cluster do AgroTech

Marcos Botton - Embrapa Uva e Vinho

 

Categoria Cadeias produtivas e Alternativas Agrícolas

Aroni Sattler - UFRGS

Moacir Cardoso Elias - UFPel

 

Categoria Preservação Ambiental

Luis Antonio Ávila - UFPel

Nelson Antônio Baldasso - Emater/Ascar

 

Categoria Startup do Agronegócio.

Silo Verde do empreendedor - Manolo Machado

Aegro do empreendedor - Pedro Martins Dusso

 

Estudantes e pesquisadores têm até o dia 20 de outubro para submeter trabalhos no  2º Encontro Virtual 2020 do Arthromint Grupo Arthromint. Para a inscrição de trabalhos nas mesas aleatórias, cada estudante ou pós-doc deverá preparar uma breve apresentação no Power Point (5-6 slides) com uma breve introdução ao seu projeto, bem como o conjunto de resultados/conclusões a ser discutido. As mesas aleatórias serão realizadas por videoconferências criadas e coordenadas por 1-2 pesquisadores via plataformas como  Google Meets, Webconf, Zoom, etc. Baixe aqui as instruções para submissão dos trabalhos.

A 2ª edição do Encontro Virtual 2020 irá ocorrer nos dias 11 e 12 de novembro. A programação do evento online é composta por duas palestras, duas sessões de mesas aleatórias de apresentações de trabalhos e 14 mesas temáticas apresentadas por docentes e pesquisadores experientes. As inscrições são gratuitas* e estarão abertas de 1 a 20 de outubro de 2020, através do link: https://www.grupoarthromint.net/

 

Os palestrantes confirmados no evento são o Dr. Guilherme Marcondes Klafke, do Instituto de Pesquisas Veterinárias Desidério Finamor, Eldorado do Sul/RS que irá falar sobre a resistência a pesticidas em carrapatos e o Dr. Michalis Kotsyfakis, do Biology Centre CAS, Institute of Parasitology, Laboratory of Genomics and Proteomics of Disease Vectors, České Budějovice/ República Tcheca que irá minisrtar a palestra intitulada "Host homeostasis regulators of tick origin". As palestras serão transmitidas no canal do Arthromint do Youtube (https://www.youtube.com/channel/UCFgFzwI2VDCjwzFO_Et3t5g).

 Além de assistir as duas palestras programadas para a manhã do primeiro dia (11/11), os inscritos no 2o  Encontro Virtual terão a oportunidade de participar de duas sessões de mesas aleatéorias nas tardes dos dois dias do evento. Nesta segunda edição, será possível ainda escolher uma das treze mesas temáticas para participar na manhã do segundo dia (12/11).  

 

Mesas-Temáticas: 

 

ARTRÓPODES VETORES DE INTERESSE VETERINÁRIO: ONDE ESTAMOS E PARA ONDE PODEMOS IR / Melissa Florêncio e Patricia Fampa Negreiros Lima - UFRRJ

BIOLOGIA DOS OVOS DE INSETOS: MUITO MAIS FASCINANTES DO QUE PARECEM / Gustavo Lazzaro RezendeUENF

COMPORTAMENTO EM INSETOS VETORES / Luciana Ordunha AraripeFIOCRUZ

DESENVOLVIMENTO DE VACINAS / Itabajara da Silva Vaz JuniorUFRGS

 DIGESTÃO EM INSETOS / Adriana Rios LopesInstituto Butantan e Fernando Ariel GentaIOC

 EPIGENÉTICA EM PARASITAS HELMINTOS E SEUS HOSPEDEIROS: O QUE, COMO E PARA QUE? / Fernanda Janku CabralUNICAMP

 INTERAÇÃO DE TRIPANOSSOMATÍDEOS COM ARTRÓPODES / Angela Hampshire de Carvalho Santos LopesUFRJ

 MINIATURIZAÇÃO DOS ORGANISMOS MODELO: NEMATOIDES COMO EXEMPLO / Carlos Eduardo WinterUSP

 MONITORAMENTO DE COMPORTAMENTO COMPLEXO DE VETORES COM O SOFTWARE ETHOFLOW EM AMBIENTES HOMOGÊNEOS E HETEROGÊNEOS BASEADO EM INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL /  Gustavo Ferreira MartinsUFV e Rodrigo BernardesUFV

 O SISTEMA IMUNE DE INSETOS NA INTERAÇÃO COM OS PATÓGENOS / Cecilia Stahl VieiraIOC e Daniele Pereira de CastroIOC

 O USO DA ALIMENTAÇÃO ARTIFICIAL EM ARTRÓPODES HEMATÓFAGOS / Simone Michaela SimonsInstituto Butantan

 RESISTÊNCIA A INSETICIDAS / Ademir de Jesus Martins JuniorIOC

 RESISTÊNCIA ANTI-HELMÍNTICA EM ANIMAIS DE CRIAÇÃO / Josiana Gomes de AndradeUENF

 

As mesas temáticas serão organizadas por docentes e pesquisadores experientes que coordenarão uma discussão em um assunto específico. Assim como as mesas aleatórias, as mesas temáticas serão realizadas por videoconferências criadas e coordenadas por um pesquisador via plataformas como Google Meets, Zoom, Webconf, etc.

 

 

É importante ressaltar que as mesas temáticas têm limitação de participantes, então ao fazer sua inscrição escolha a que você mais tem interesse em participar!

Inscreva-se gratuitamente *: https://www.grupoarthromint.net

 

Programação: 

 

11 de novembro (quarta-feira)

09:30  Abertura - Grupo de Trabalho do 2o Encontro Virtual 2020 

10:00 -11:00 h  - 1ª palestra -  Dr. Guilherme Marcondes Klafke (Instituto de Pesquisas Veterinárias Desidério Finamor, Eldorado do Sul, RS, Brasil)

                              Título: "Resistência a pesticidas em carrapatos"

11:00-12:00h  2ª Palestra - Dr. Michalis Kotsyfakis (Biology Centre CAS, Institute of Parasitology, Laboratory of Genomics and Proteomics of Disease Vectors, České Budějovice, República Tcheca) 

                       Título: "Host homeostasis regulators of tick origin"

14:00-17:00h Mesas aleatórias (sessão 1)

 

12 de novembro (quinta-feira)

09:30 - 12:30h Mesas temáticas

14:00-17:00h Mesas aleatórias (sessão 2)

 

 

*A Comissão organizadora do Encontro Virtual 2020 do Grupo Arthromint sugere que sejam feitas doações para as Instituições abaixo listadas**: 

Rio Grande do Sul - Doações para o laboratório de testes de coronavírus do ICBS, Instituto de Ciências Básicas da Saúde da UFRGS - http://www.ufrgs.br/icbs/ 

Rio de Janeiro - Doações para o Laboratório de Virologia Molecular do Instituto de Biologia da UFRJ -http://www.fujb.ufrj.br/covid-19-campanha-de-doacoes/ 

São Paulo - Doações para o programa USP Vida, pesquisas de ações diagnósticas para a covid-19, da USP - https://www5.usp.br/uspvida/  

**Valores indicados:  R$ 10,00 alunos de IC; R$ 20,00 alunos de pós-graduação; R$ 50,00 pesquisadores

 

O grupo de trabalho que está organizando a 2a. ediçao do Encontro Virtual 2020 do Grupo Arthromint é formado pelos pesquisadores (as) Andrea Fogaça, Itabajara Vaz-Jr, Anderson Sá-Nunes, Jayme de Souza-Neto, Daniela Castro e Emerson de Avelar (secretário). 

 

O 1a. edição do Encontro Virtual 2020 do Grupo Arthromint aconteceu no dia 29 de maio de 2020. Leia a matéria sobre o evento: 

http://www.inctem.bioqmed.ufrj.br/index.php/pt/destaques/noticias/3027-grupo-arthromint-promove-encontro-virtual-em-2020

 

 

O Dia Mundial do Mosquito é comemorado anualmente em 20 de agosto. Mas você pode estar se perguntando por que temos um Dia Mundial do Mosquito, quando esses animais são responsáveis ​​pela transmissão de inúmeras doenças… Bem, é disso que se trata este dia: conscientização! Para que mais pessoas estejam seguras e protegidas. A data também é importante para reconhecer que todos os animais, sem excessão (incluisive os insetos) desempenham um papel importante no círculo da vida, sejam eles inofensivos ou não.

20 de agosto marca uma importante descoberta do médico britânico Ronald Ross, que foi o primeiro a perceber que o parasita causador da malária, o Plasmodium spp, poderia ser transmitido de um humano para outro por meio da picada de fêmeas de mosquitos. O médico teve esse insight quando descobriu o parasita da malária no trato gastrointestinal de um mosquito, em 1897. 

 

Em homenagem a essa grande descoberta, que marcou e lançou as bases para  métodos eficientes de combate à doença, Ronald Ross recebeu o Prêmio Nobel de Medicina e Fisiologia de 1902. Esta descoberta foi fundamental para os cientistas entenderem melhor o papel destes insetos na transmissão de diversas doenças causadas por parasitas, - como dengue, malária, zika, chikungunya, febre amarela, entre outras -, e que acometem milhares de pessoas no mundo todo, podendo levar, inclusive, à morte. 

O Dia Mundial do Mosquito, celebrado em 20 de agosto, tem o objetivo de conscientizar a população sobre doenças causadas por mosquitos e educar sobre hábitos para evitar a reprodução dos mosquitos em suas casas. E o INCT em Entomologia Molecular, rede de pesquisa que tem entre os seus objetivos principais ampliar o conhecimento entomológico fundamental, com ênfase no estudo de vetores de doenças e desenvolvimento de novas metodologias para a vigilância e o controle de vetores, colabora para a divulgação da data, que marca a prevenção às doenças transmitidas por mosquitos no mundo todo.

 

Saiba mais sobre o Dia Mundial do Mosquito:

 

https://en.wikipedia.org/wiki/World_Mosquito_Day

 
 

 

 

 

Anderson Sá Nunes (USP), Carlo José Freire Oliveira (UFTM) e  José Marcos Ribeiro (NIH/EUA).

 

Uma parceria entre professores da Universidade de São Paulo - USP, Universidade Federal do Triângulo Mineiro - UFTM e National Institutes of Health - NIH dos Estados Unidos deu origem a um ensaio publicado na Trends in Parasitology, periódico do grupo Cell, que está entre os mais citados na área de parasitologia. Os professores são pesquisadores associados ao Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Entomologia Molecular (INCT-EM).

O artigo publicado no dia 22 de maio de 2020 propõe que as respostas imunes exageradas associadas a mastócitos e basófilos, duas importantes células do sistema imune, são, na verdade, o resultado das pressões seletivas exercidas por ectoparasitas, como carrapatos, mosquitos e barbeiros, em seus hospedeiros vertebrados, caso de animais domésticos e silvestres e o próprio ser humano. De acordo com a publicação, essa interação, ao longo de milhões de anos, também deve ter exercido pressões recíprocas nos ectoparasitas, selecionando moléculas presentes em sua saliva que contra-atacam especificamente as respostas de mastócitos e basófilos.
 
 

 

“A exuberância fenotípica presente na interação entre artrópodes hematófagos e hospedeiros vertebrados representam um paralelo muito próximo ao que acontece entre beija-flores e as espécies cujas flores são polinizadas por essas aves. A forma do bico dos beija-flores é adaptada para alcançar o nectário de determinadas flores, que por sua vez possuem um formato que permite apenas que essas aves os atinjam. As constantes adaptações recíprocas resultantes dessas interações foram denominadas “corrida armamentista” em alusão à dinâmica ocorrida durante uma guerra, em que uma ação por parte de um dos lados resulta em uma reação por parte do outro lado, que por sua vez resulta em uma contrarreação e, assim por diante”, acrescentou o pesquisador do National Institutes of Health - NIH, José Marcos Ribeiro

 

Para o professor e pesquisador da USP, Anderson Sá Nunes, a exuberância fenotípica que caracteriza a coadaptação entre ectoparasitas e os hospedeiros são evidenciadas tanto em nível anatômico e celular quanto em nível molecular e gênico. Essas evidências podem ser testadas em modelos experimentais que comprovariam seu papel hierárquico na resposta imune contra ectoparasitas, exatamente o que acontece naturalmente nas infestações tanto em hospedeiros susceptíveis como em hospedeiros resistentes as infestações.

 

 

De acordo com o pesquisador e professor da UFTM, Carlo José Freire de Oliveira, as informações disponíveis no trabalho são importantes porque permitem compreender como diferentes hospedeiros respondem à infestação por ectoparasitas, além disso, os dados do artigo jogam luz a um desafio de muitos profissionais de saúde e imunoparasitologistas, a descoberta de métodos de intervenção contra esses artrópodes e contra os patógenos que são por eles transmitidos.

 

Mais informações, acesse o link da publicaçãohttps://doi.org/10.1016/j.pt.2020.05.003

 

Fonte: site da Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFMT), texto publicado em 28 de maio de 2020.

 

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